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terça-feira, 15 de março de 2011

Prazer de comprar pode se transformar em dívidas e dor de cabeça

Bom Dia DF > 15/03/2011 > Reportagem

No Dia Mundial do Consumidor, especialistas alertam que as compras por impulso podem comprometer o orçamento.


As facilidades de compras são atraentes e é difícil resistir. “Eu acho que é tipo um nervoso, uma ansiedade, uma coisa assim que me faz comprar, o que vejo vou comprando, tenho um monte de bolsas", conta a aposentada Josefa da Silva. A técnica em enfermagem Wilma Barreto a já chegou a esconder sacolas de compras debaixo da cama para o marido não ver. Hoje, ela diz que está controlada, mas admite que já comprou roupa e nem usou. “Às vezes, quando tinha problema, eu vinha para o shopping, achava que era uma terapia, mas não era, aumentava mais, ficava endividada. Hoje eu tenho mais controle, não tenho nenhum cartão, mas cheguei a ter quatro”, lembra.

Na avaliação do professor de administração Rafael Barreiros Porto, fazer compras como terapia não é desculpa para o endividamento. “Existem algumas pesquisas que tentam demonstrar o efeito de determinadas características de personalidade ou estado de humor nas compras, só que os resultados geralmente não são satisfatórios. Isso quer dizer que tanto faz a pessoa ser alegre ou triste, isso não interfere ou não está muito relacionado probabilisticamente com as compras que ela faz”, explica.

A publicitária Patrícia de Paula é uma ex-consumidora compulsiva assumida. Quando estava recém-formada, ela gastou muito além do recebia por mês e só se deu conta que a situação fugiu do controle quando passou a dividir as faturas dos cartões de crédito e entrou no cheque especial. “A pior parte é quando você vai buscar o cheque na loja, chega e tem lá uma pastinha com um monte de cheque, aí dá até um alívio de ver que não é só o seu que volta, mas eu acho super vergonhoso”, relata.

Paula ainda tem peças com etiqueta no armário, mas garante que a fase consumista passou e hoje ela só tem roupas que realmente usa. Para facilitar no exercício de desapego de roupas e sapatos, Patrícia resolveu montar um brechó on-line. “No dia que decidi tirar tudo do armário, pensei, meu Deus o que eu vou fazer com isso?”, relata. O brechó deu certo e logo no primeiro mês ela faturou R$ 2 mil – o que ajudou na tarefa de colocar as contas em ordem.

A consultora financeira Carolina Ligocki dá uma dica para quem não consegue sair de um shopping sem nada nas mãos: “É motivante sair de uma loja cheia de sacolas, é muito bom, é prazeroso. A questão é: está muito motivado a comprar? Então vá embora, vai para casa, espera um dia, dois dias e se realmente for valioso. Evite comprar na hora porque às vezes a gente se arrepende”, recomenda.

Acesse ao vídeo e confira a entrevista completa com o diretor do Procon, Oswaldo Morais, ele fala sobre as reclamações faturas dos cartões de crédito são muito grandes e também sobre o Dia Mundial do Consumidor.
Flávia Alvarenga / Luiz Pereira / Wesley Araruna





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