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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

BACHAREL VAI RESPONDER POR 3 CRIMES POR SE PASSAR POR ADVOGADA



Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco (OAB-PE) abriu uma comissão para acompanhar o caso de uma bacharel em direito presa em Bezerros, Agreste do estado, acusada de exercer ilegalmente a advocacia. Lílian Manoela Teixeira, de 26 anos, foi detida após participar de uma audiência no Fórum de Justiça de Bezerros atuando na defesa de um suspeito de crime de receptação.
Formada em direito desde 2014, Lílian utilizava uma carteira da OAB-PE que é fornecida aos universitários do curso de direito quando atuam como estagiários. O documento estava vencido desde 2013. A prisão foi realizada pelo delegado Humberto Pimentel, após receber uma denúncia. Ela responderá pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato e exercício ilegal da profissão, podendo cumprir pena de até cinco anos e vai responder a um processo administrativo na OAB.
É muito provável que a bacharel tenha desistido do Exame de Ordem e resolveu arriscar na advocacia do mesmo jeito. Tal tipo de postura NUNCA vai render nada no longo prazo. É impossível crescer na profissão e ter uma renda digna sem antes passar na OAB.
Advogado precisa se expor, e quem não tem a carteira jamais perderá essa inibição, exceto se tiver um perfil de fato criminoso, sem escrúpulos e medo.
Até entendo que muitos bacharéis se passem por advogados em função da necessidade, sem ter exatamente um perfil criminoso (ou ter a alma sebosa, como gosta de falar o professor Geovane Moraes) mas para o Judiciário ter ou não esse espírito é indiferente: vale o ato em si.
Ser aprovado no Exame de Ordem exige planejamento e a entrega séria de tempo aos estudos. Sem isso o desafio não pode ser vencido. E, claro, a aprovação representa uma libertação para o bacharel. A carteira abre as portas da profissão, mas não antes disto.

Fonte:  http://blog.portalexamedeordem.com.br/bacharel-vai-responder-por-3-crimes-por-se-passar-por-advogada

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

7 DICAS AO JOVEM ADVOGADO CÍVEL

Carreira
Quanto mais simpática, leve e visual for a peça, mais fácil transmitir suas ideias e argumentos

Provoca-me o JOTA a escrever ao jovem advogado cível como atuar de forma correta e com sucesso. É um desafio e tanto. Com tantos bons profissionais no país, sinto-me pretensioso em dar algumas dicas, frutos da minha experiência.
Indo ao que interessa, trago sete dicas. Tome estas notas como sugestões para refletir sobre métodos e formas de tornar a sua vida profissional mais fácil, gerar melhores resultados com os clientes e julgadores e, especialmente, dominar os casos e ter sucesso.
De início, um esclarecimento. Não falarei da base da atuação profissional. Estudar o direito do seu cliente, ler os documentos, estar pessoalmente com as partes, entender onde se quer (e se pode) chegar e os riscos do caminho são premissas. As dicas ou sugestões se referem à metodologia de trabalho.

A primeira dica – fazer uma linha do tempo com os fatos. Os casos cíveis são ricos em fatos. Olhamos os fatos do presente para o passado. Algumas vezes, a norma jurídica é outra; os fatos se alteram; os sujeitos se sucedem; e tantas outras ocorrências podem surgir no período analisado para se fazer um pleito (propor uma ação) ou uma defesa (apresentar uma contestação). Por isso, minha primeira sugestão – fazer uma linha do tempo, às vezes até levá-la ao conhecimento do juiz do caso.

Como segunda dica – uma planilha. Se for o autor de um caso, listar os fatos que justificarão a sua petição inicial; vinculá-los ao direito que servirá de base; e, por fim, estabelecer para cada linha da planilha o meio de prova (testemunhal, pericial, vídeos ou documentos) que demonstrará aquele fato. Se for patrocinar o réu – uma planilha dos fatos trazidos pelo autor, o direito alegado e o meio de prova que apresenta; estabelecer os contra fatos que irá mostrar, o direito e as provas. Bem, em uma posição ou outra, eu vejo como fundamental entender qual é o “plano de voo” do caso, criando um planejamento, uma relação direta de fatos, direito e provas. Bastam duas linhas para cada um deles; ideias que depois serão desenvolvidas.

A terceira sugestão. Escreva o necessário. Faça um quadro-resumo dos fatos, do direito e dos pedidos no início e no final da petição, use fotos, apresente os precedentes por cópia integral para facilitar a vida do julgador. Lembre-se que o seu cliente é único, mas o juiz, o Desembargador, o Ministro ou o árbitro possuem inúmeros casos e uma limitação de tempo. Quanto mais simpática, leve e visual for, mais fácil transmitir suas ideias e argumentos. Hoje a grande maioria dos casos são já digitais, as peças são lidas em telas de computador, portanto, escreva com esta percepção.

Agora, a quarta dica. Entenda quem é o seu julgador. O advogado de contencioso faz a gestão de casos em uma relação tripartite – caso, autoridade, cliente. As propostas acima se referem ao ponto de como entender o caso, mas há também o momento de entender quem são as autoridades que irão julgá-lo, especialmente seus precedentes, a região e os valores da comunidade em que vivem. Lembre-se sempre que o julgador é alguém inserido na sociedade de onde vêm os casos que lhe são postos.

A quinta sugestão. Gaste sola de sapato, invista seu tempo em viagens, aguarde na antessala, faça o conhecido “corpo a corpo” do caso – esteja pessoalmente nos Fórum e Tribunais, conheça o funcionário do cartório ou da secretaria, o assessor do Magistrado e também (muito importante) não deixe de despachar pessoalmente com o julgador; prepare-se para apresentar esta peça pouco falada nos livros – os memoriais. É fundamental levar a angústia do cliente, os pleitos trazidos nas petições, em um breve e objetivo despacho. Nada substitui o contato pessoal. Se quer que deem importância ao seu caso, primeiro dê-lhe você mesmo essa importância, demonstrando ao julgador que está lá, à disposição, para ser atendido e ouvido.

Sexta sugestão. Avalie com critério a sua chance de êxito. Insista até o fim se estiver convencido de seus argumentos ou já explore com o cliente as alternativas de soluções se antever as chances remotas de êxito. Use o processo como meio, não como fim. Cada vez mais, não é elegante esconder um mau direito atrás de uma polêmica processual. Esteja sempre com o caso “na mão”, dominando os fatos e antevendo os próximos passos.

Sétima e última sugestão. Respeite o adversário, tanto o cliente ex-adverso, quanto seu colega. Estão fazendo o papel deles, como você. Lembre-se que há muitos exemplos de clientes que vieram a partir do conhecimento do trabalho do advogado do ex-adverso.
A advocacia cível é apaixonante. Nos Tribunais ou em arbitragem, envolvendo contratos, créditos, sociedades empresárias, posse e propriedade, direito de família, direitos civis em regra; esses temas alcançam empresas e pessoas, não só em aspectos patrimoniais, como muitos podem pensar, mas também nas suas relações humanas.

Luciano Godoy - Sócio do PVG Advogados. Professor da FGV Direito SP. Ex-Juiz Federal. É mestre e doutor em Direito pela USP e foi Visiting Scholar na Columbia Law School 

FONTE: http://jota.info/carreira/7-dicas-ao-jovem-advogado-civel-07122016?utm_source=JOTA+Full+List&utm_campaign=3478ea38c4-EMAIL_CAMPAIGN_2016_12_07&utm_medium=email&utm_term=0_5e71fd639b-3478ea38c4-380191913

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

ELE NUNCA DESISTIU: CANDIDATO É APROVADO APÓS FAZER 21 VEZES A PROVA DA OAB



Sabe aquelas histórias de superação que comumente vemos nos filmes Hollywoodianos como, por exemplo, “À Procura da Felicidade” (2006), - protagonizado por Will Smith - que se vê em um ponto de sua vida em que tem que se reinventar para garantir a sobrevivência dele e do seu filho? Pois bem, materializar os sonhos na maioria das vezes não é uma tarefa fácil, mas se tiver persistência, será a única certeza que fará sentido à vida.
Hoje você vai conhecer a biografia de José Luiz Moura de Olindo, protagonista de uma história que envolve muita determinação. O sonho de ser chamado de doutor, usar um terno para ir ao trabalho, ter em sua trajetória a marca de um vencedor, inspirou este Bonitense por 45 anos.
Foi com esta idade que ingressou na faculdade de Direito depois de ter sido reprovado em sua primeira tentativa. Chegou a cursar um semestre de Ciências Contábeis, mas acabou desistindo porque sua vontade era atuar na área do direito. Retornou ao banco da faculdade, mas desta vez, para um novo desafio; vestibular para o curso de direito. Em 2002 começou a escrever estas páginas em sua vida, agora, como acadêmico do curso desejado na UNAES.
“Zé Luiz”, como é chamado por amigos e familiares, é natural da cidade turística de Bonito, filho de Sebastião Olindo e Eloiza Moura de Olindo. Nasceu na Fazenda Três Morros no dia 8 de dezembro de 1956, de uma família grande de 14 irmãos. Em meados de 1963, os pais resolveram tentar a vida em Sidrolândia. O pai era colchoeiro, para complementar a renda, os filhos ajudavam seu Sebastião a desenvolver o negócio.
Naquela época, estudar era coisa de gente “graúda”, dialeto que era sinônimo de quem tinha posse, poder aquisitivo; o rico, em resumo. A família morava próximo aos trilhos, numa residência simples de chão batido. Sem condições de estudar a vida foi passando a limpo, os desafios batiam a porta e o tempo, como sempre, não ‘perdoa os que dormem’.
Casou-se com Márcia Aparecida Soria de Olindo em 1981. A conheceu quando serviu o quartel, por intermédio da irmã dele. Onde começaram uma linda história de amor, e fruto disso, tiveram a filha, Fernanda Olindo.
O nosso personagem só concluiu o segundo grau na época (hoje o ensino médio) aos 44 anos, quando em 2000 foi chamado para trabalhar na Câmara Municipal, pelo então presidente, Newton Renato Couto. O médico clínico geral, teve uma participação especial na vida de “Zé Luiz”, porque foi Dr. Renato quem o incentivou a estudar, pagando inclusive um curso intensivo no instituto CESM, onde concluiu em 4 meses o segundo grau.

Vida acadêmica
Já em 2002, prestou seu primeiro vestibular pra Direito na Uniderp, porém não conseguiu ser aprovado. Era hora de usar da sua vontade de vencer novamente. Quando chegou no 2° semestre, fez mais um vestibular, escolheu Direito e Ciências Contábeis. Passou pra Ciências Contábeis, porém, estudou somente até outubro. Não era o que ele queria realmente.
Sabendo que não pararia por aí, certo dia, andando com amigos em Campo Grande, viu um folheto caído no chão. Curioso, foi ler, e era a propaganda de um vestibular em ICG (que hoje é FACSUL) pra Direito. Não pensou duas vezes, fez o vestibular e passou. Enfim, era o curso incluso nos seus planos.
Ele que nunca mediu esforços, trabalhava o dia todo no escritório do irmão (Doutor David Moura de Olindo), e estudava de noite. Com a rotina agitada, o tempo para estudar durante o dia era mínimo. Os horários de almoço ficavam curtos, pois morava distante do trabalho, na região do Carandazal, e muitas vezes ia a pé. E foram 5 anos “matando um leão por dia”.
Em 2007 colou grau, e no início de 2008 se formou. Os desafios começaram aí, e a história da sua persistência e vontade de vencer também, começam a ser testadas.

Desafios da OAB
“Zé Luiz” sabia o que o aguardava, só não imaginava que teria que ser insistente no sonho. E em 2008 fez seu primeiro Exame da OAB. Porém, não conseguiu êxito. Mas não desistiu. Estudou muito, começou a ler todos os códigos dias antes de cada prova, levando isso como hábito. Fez somente dois cursinhos, sendo um no terceiro e no último exame.
As matérias que mais gosta, sempre foram Ética profissional, Direito civil e penal. Ele conta que passado um tempo de duração das provas, ia cansando, como eram as últimas questões as que mais gostava, fazia as provas de trás pra frente. Nos últimos exames, começou a guardar pra si mesmo a ansiedade e datas das provas, por conta de toda a “pressão” que causava (inclusive na última prova foi sozinho).
Foram 21 exames feitos, sem desistir sempre. E em fevereiro de 2015 foi aprovado. Um sonho sendo realizado, e uma felicidade sem explicação. Porém, na data, estava trabalhando como Diretor de Trânsito, pintava muros, placas, (e não tem vergonha em dizer) o que viesse. Pediu demissão do seu cargo e em agosto de 2015 pegou a carteira da OAB. Não só ele, como a família toda vibraram com a sua conquista.
Anos de luta para os dias de glória chegarem. Hoje o Doutor José Luiz Moura de Olindo, atua no escritório de advocacia Moura de Olindo, juntamente do irmão que lhe cedeu uma sala. Diz que tudo foi no tempo em que Deus planejou. Era pra ter iniciado em 2008, aprovado em 2015, sem questionar. E deixa uma lição de vida por tudo que passou, sem desistir ou questionar.
Fonte: Região News -http://blog.portalexamedeordem.com.br/ele-nunca-desistiu-candidato-e-aprovado-apos-fazer-21-vezes-a-prova-da-oab